segunda-feira, 13 de outubro de 2008

É só comigo?

Sábado de manhã acordei com uma dorzinha chata no pescoço e ombro esquerdo. Pensando se tratar de mais uma das mazelas da minha recém-iniciada vida esportiva (cof cof), ignorei a dor, tomei banho, tomei café e fui trabalhar. Péssima idéia. Por volta do meio dia a dor tinha aumentado e eu já não conseguia mexer o pescoço e nem o referido braço. Lá fui eu, parecendo um robô, de ônibus e de metrô, para o pronto socorro.

Cheguei, peguei uma senha e me sentei na sala de espera. Perto de mim, três seres insólitos discutiam o sistema eleitoral brasileiro, entre outras coisas. Eram eles: um japonês na faixa dos 30 anos, com cara de nerd e camiseta do incrível Hulk, um senhor de bigode e blusa xadrez calçando botinas, e outro senhor vestido de bicheiro e calçando tênis Nike. Não estou inventando. E eu, com meu pescoço compeltamente travado, só podia olhar na direção deles, que obviamente acharam que eu estava participando da conversa e esperavam que eu emitisse minha opnião. Nisso eu fiz um esforço sobrehumano para tirar da minha bolsa um livro e pelo menos fingir que estava lendo e continuar tentando ignorar os defensores do voto nulo. Então uma pessoa enorme, loira e vestida de preto veio andando na minha direção, acompanhada de sua mãe igualmente enorme. Só isso já me deu medo. E aí elas se jogaram na cadeiras ao meu lado. As duas. Se jogaram. E com isso fizeram balançar o banco inteiro, junto com meu pescoço. E eu ainda as ouvi dizendo: "Nossa, parece que vai cair". É mesmo? Por que será?


Depois de muito tempo ouvi alguém chamar meu nome. Ufa, finalmente sou eu. Levantei com dificuldade e fui atrás do médico que tinha me chamado. Maaaas... cadê? Fiquei uns três minutos parada no corredor do hospital igual uma retardada, tendo que virar o corpo inteiro pra olhar pros lados procurando aquele maldito de branco. Aí ele saiu de um dos consultórios e me chamou. "Achei que você estava atrás de mim". Ah, tá. Enfim, expliquei tudo e recebi o diagnóstico: torcicolo. Jura? Saí de lá com um colar cervical, uma receita de relaxante muscular e um atestado para repousar o resto do dia (pelo menos podia ser pra uma semana, né?). Amarrei por cima do colar meu lenço/echarpe/cachecol laranja berrante, no melhor estilo diva acidentada e fui à farmácia ficar um pouco mais pobre (e ainda comprei duas novas cores de batom, tudo culpa do vende na farmácia?). No caminho pra casa, esperando para atravessar a rua, ainda sou motivo de piada de um carro lotado de gente (morram!). Por sorte, apesar de tudo, eu ainda estava com um relativo bom humor, senão minha dignidade tinha escorrido ali mesmo pela beirada da calçada...



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